Olá,
Hoje vou disponibilizar um pequeno trecho do romance que escrevi há alguns anos…
Milena sempre teve o sonho de ser escritora e se deu a missão de escrever seu primeiro livro, mas especificamente seu objetivo era que fosse um romance, pois sempre foi fascinada por lindas histórias de amor. E já há vários dias vem olhando a pagina em branco em seu computador e não consegue escrever absolutamente nada. E respirando fundo, ela fala para si mesma: “vamos lá garota, você consegue… Pense em uma estória de amor para amolecer até mesmo os corações mais duros”. Respirando fundo, novamente começa a digitar:
“Era uma vez o amor… Um sentimento difícil de ser domado, ninguém no mundo pode dizer que nunca amou outra pessoa, ou seja, aquela sensação de borboletas no estômago de nos faltar o ar para respirar, também pode causar insônia e da aquela vontade de cuidar melhor da aparência o amor nós faz mais belos.” E de repente, ela para de digitar e deleta tudo novamente. Faz isso por incontáveis vezes.
E de tanto apertar a tecla Delete de seu computador, chega a conclusão, ou seja, tem a certeza de que não iria sai nada naquele momento e já estava dando desespero, pois o prazo que ela havia disponibilizado para aquele projeto já estava se esgotando e no papel somente palavras vazias. Ela estava trancada no quarto do seu pequeno apartamento já há vários dias, tentando escrever seu primeiro romance e ficava se questionando, ou seja, logo ela que se julgava uma escritora nata, não entendia porque não conseguia escrever, pois em sua cabeça havia tantas ideias que não conseguia transferir para o papel.
A noite chega e ela continua ainda sentada em sua cadeira olhando a tela de seu computador e se perguntando: onde estava sua imaginação? Não demorou muito a ela ter a certeza que naquele momento não conseguiria escrever e levantou-se e foi para cozinha caminhando em passos lentos, decidiu preparar algo para comer. Milena adorava cozinhar, era como se fosse um ritual para ela, que a acalmava e aclarava seus pensamentos. Foi até a geladeira e a abriu, encontrando deliciosos tomates bem maduros que havia comprado na feira de sua rua, pegou dois e os lavou bem, os cortou ao meio e colocou numa assadeira lado a lado colocando sal, alho, pimenta do reino, salpicando queijo ralado por cima e um generoso fio de azeite e os levando ao forno médio por uns 35 minutos para ficarem maravilhosos como adorava.
E para acompanhar os seus deliciosos tomates assados, escolheu preparar um delicioso arroz branco, temperado com alho e sal. Como era costume em sua família, usou banha, o que fez subir um aroma delicioso por todo seu pequeno apartamento. Ela amava aquele perfume no ar e ficou ali, imóvel, ao lado do fogão por alguns minutos.
Era uma noite fria e ela optou por abrir um vinho tinto e serviu uma generosa taça, logo os tomates ficaram prontos. Ela retira a pequena assadeira do forno, pois como morava sozinha havia preparado apenas dois. Assim servindo um lindo prato com arroz e tomates assados, sentou-se a mesa com sua taça de vinho, deliciou-se com seu jantar, enquanto comia, pensava no que iria fazer de sua vida, se não conseguisse mais escrever, não gostaria de voltar a lecionar, mas sabia que não poderia viver apenas de sonhos.
Na manhã seguinte, Milena acordou bem cedo e ao acordar, lembrou-se que desde quarta passada, não saia de seu apartamento e já era manhã de sexta feira, precisava dar uma volta, respirar novos ares. Tomou coragem e um demorado banho, arrumou-se e saiu. Ao sair do seu apartamento, que era como um oásis na cidade de São Paulo, pois ficava em um prédio de apenas três andares, ou seja, poucos vizinhos, era muito silencioso, não tinha crianças. Apesar dela gostar de crianças, mas para uma escritora o silêncio era primordial.
E antes de sair de seu apartamento, ao fechar a porta, respirou fundo, pois seu apartamento era calmo, mas tinha consciência que morava num bairro muito movimentado na Barra Funda, perto de armazéns e trilhos de trem e alguns dos bares alternativos mais descolados, ou seja, do fervor da cidade grande. Ao abrir a porta que dava para rua, esbarrou e gritou um sonoro “Aiii”. Quase caiu, mais deu graças, nada aconteceu, pois havia esbarrado em uma caixa cheia de tintas e panos velhos, ficou-se perguntando: “Quem poderia ter deixado aquilo ali, logo na frente da porta?”. Desviou-se da caixa, fechou a porta e saiu.
Já na rua, Milena, adorava ficar observando todos que passavam a sua volta, tentando imaginar quem eram aquelas pessoas, quais eram suas profissões e para onde estavam indo e se tinha alguém esperando por elas. Ela sempre estava em busca de uma ideia, um sentimento novo, alguma coisa que acordasse sua imaginação, mas infelizmente nada acontecia, apenas se entediava com todo aquele barulho e com os esbarrões das pessoas que andavam apressadamente, todos pareciam ter muita pressa. Milena decidiu olhar vitrines, em busca de alguma peça de roupa que fizesse seus olhos brilharem, mas também não encontrou nada, e continuou a caminhar.
Enquanto caminhava, lembrou se que não havia tomado café da manhã e já era quase meio dia, achou melhor passar no mercado, que ficava apenas a alguns quarteirões da onde estava para comprar algumas coisas que estava faltando em sua cozinha. Ao chegar ao mercado, que nessa manhã estava muito cheio, fez suas compras rapidamente, mas procurando sempre produtos frescos. Quando saiu, enquanto caminhava de volta para casa, ficou pensando, se não conseguisse escrever quem sabe um dia poderia alugar alguma loja na vizinhança para abrir alguma coisa relacionada com gastronomia, pois para isso tinha o dom e já havia feito diversos cursos como hobby.
Ao retornar ao prédio onde morava, Milena notou que a caixa havia desaparecido, ou seja, não estava mais na porta. Entrou e subiu as escadas, pois era um prédio somente de três andares, não possuía elevadores e ela morava no terceiro andar, chegou a sua porta, abriu, entrou, foi direto para cozinha, precisava preparar alguma coisa para comer, como não havia tomado café da manhã e não queria almoçar resolveu preparar uma tapioca.
Ela lavou suas mãos, guardou todas as compras que couberam em quatro sacolas, e começou a aquecer uma pequena frigideira onde colocou três colheres de sopa de massa de tapioca, distribuída igualmente por toda a sua superfície. Quando desgrudou das laterais da frigideira, a virou com ajuda de uma colher e a recheou com duas fatias de queijo branco e a dobrou ao meio. Tampou a frigideira por mais alguns minutinhos, desligou o fogo e estava pronta. Ela a pegou com ajuda de um guardanapo de papel e foi comendo, enquanto caminhava em passos lentos para seu quarto.
Ao sentar-se novamente em sua cadeira de veludo vermelho, que não era muito confortável, mas era linda, ou seja, quando a comprara achou que seria uma fonte de inspiração, mas agora vem duvidando disso. Enquanto terminava de comer sua tapioca, ligando seu computador, começou a pensar sobre o que iria escrever, foi quando veio em sua mente a lembrança de sua mãe, que se chamava Madalena, que era uma mulher muito especial, muito calma e tinha também muitos talentos.
Milena se lembrou que sua mãe cozinhava com uma perfeição, quando estava estressada, descontava nas agulhas de tricô, fazendo lindas peças. E decidiu que esse seria o nome de seu personagem principal, ou seja, Madalena, em homenagem a sua amada mãe, e assim iniciou: “Madalena era uma menina de alma leve, pensamento feliz e aonde chegava levava luz e sorrisos, ela tinha os cabelos longos negros e ondulados, olhos grandes e castanhos. Há alguns dias, Madalena anda olhando com mais atenção os meninos, coisa que não fazia antes, agora com 15 anos ela descobriu que eles têm alguma coisa de interessante. Lembrou-se que sua mãe havia conhecido seu Pai quando tinha apenas 15 anos, e nunca mais haviam se separado.” De repente um barulho ensurdecedor interrompeu seus pensamentos, como se alguém estivesse implodindo seu apartamento, e ela ficava repetindo para si mesma: “só pode ser uma implosão, ou seja, aquela técnica […]
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